terça-feira, 25 de outubro de 2011REQUERIMENTO FORMULADO À AMAERJ PELOS FAMILIARES DE PATRÍCIA ACIOLI
Como se pode ler de post anterior deste blog, a Amaerj foi de uma solicitude ímpar em divulgar a troca de mensagens privadas mantida entre o Sr. Luiz Zveiter, atual Presidente do TRE-RJ e autor da (in)decisão que negou escolta a Patrícia (quando de sua passagem pela titularidade do TJRJ), e José Augusto de Souza, Defensor Público e ex-cunhado “da juíza ” (e aí, Dr. Calandra? Tudo bem? Muito ocupado com discussões sobre as aplicações do photoshop?).

Pena que a mãe e as irmãs de Patrícia não tenham conseguido fazer chegar à Presidência da Amarerj o requerimento abaixo, apesar de o papel ter sido entregue na entidade. Essa é a única explicação eticamente plausível para que até o momento aquela instituição não tenha dado ao texto abaixo a mesma publicidade que emprestou às manifestações anteriores. Ou, para que os magistrados que a integram não tenham exigido que isso seja feito.

Cabe a pergunta de trio-elétrico: Dr. Antonio, por que parou? parou por quê?

Como este blog ficou absolutamente convencido da total imparcialidade da Amaerj no episódio, após uma longa reunião com Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa ontem, a portas fechadas e guardadas por gnomos e Rudolph, a rena do nariz vermelho (cor que algumas faces do TJRJ não conseguem produzir); numa sincera tentativa de fazer chegar a mensagem ao Sargento Garcia – mesmo que o Zorro jamais seja processado -, publica abaixo o pleito da família da magistrada. Aquela mesma que foi triturada a chumbo na porta de sua casa, sem dispor de proteção alguma, apesar de perseguida e jurada de morte publicamente pela bandidagem (fardada ou não) de São Gonçalo, já que simplesmente lhe foi dado tratamento isonômico, como cabe ao Judiciário prover, em igualdade de condições ao que aquele mesmo órgão dedicou a JFK e ao Papa Paulo VI (essa foi o fino, Presi MS…). Pena, somente, que os “Lee Oswald” e os “Ali Agka” de Patrícia fossem conhecidos até pelas crianças da escola primária da Comarca em que ela atuava, menos pelo setor de segurança do TJRJ e a direção daquela Corte… Mas, é assim mesmo, não é? Aliás, Presi, quando vamos andar a pé juntos ou tomar uma van (sem escolta, claro) por São Gonçalo ou fazer uma visita ao BEP (com a escolta que está presa lá, pra tomar uma cervejinha com a tchurma?).

Segue o texto, com o pedido de que façam chegar à direção da Amaerj, instituição vítima de um entupimento intestinal dos canais de comunicação. Se você não conseguir tanto, encaminhe a algum integrante daquela entidade. Quem sabe ele ajuda antes de morrer também?

“EXMO. SR. PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Em 03/10/11

À vista do teor da edição extra de 19/09/11 do Boletim Amaerj de Notícias, solicitamos seja publicada, igualmente em edição extra do Boletim Amaerj, na íntegra e com a maior brevidade possível, a carta que segue anexa.
Atenciosamente, subscrevemo-nos.

MARLY LOURIVAL ACIOLI

SIMONE LOURIVAL ACIOLI
MÁRCIA LOURIVAL ACIOLI POIAVA

CARTA DA FAMÍLIA DA JUIZA PATRÍCIA ACIOLI DA QUAL SE PEDIU DIVULGAÇÃO
NO BOLETIM DA AMAERJ:

‘Na edição extra de 19/09/11 do Boletim Amaerj de Notícias, foi divulgada troca de e-mails entre o ex-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, des. Luiz Zveiter, e o defensor público José Augusto Garcia de Sousa, ex-cunhado da magistrada Patrícia Lourival Acioli, filha e irmã das subscritoras. Segundo o Boletim, a troca de mensagens foi concluída no dia 16/09/11, quando o des. Luiz Zveiter postou seus esclarecimentos. Ficou faltando registrar a resposta do defensor público (que aliás não tinha conhecimento de que o diálogo seria divulgado), postada no dia seguinte, 17/09/11. Nessa resposta não divulgada no Boletim, o defensor agradece os esclarecimentos, mas mantém a sua opinião de que houve falhas no tocante à segurança da nossa querida Patrícia.

“De uma vez por todas, é exatamente essa a opinião da família. Desde 2007, quando a segurança de Patrícia foi desmantelada, até a época do brutal assassinato, é evidente que houve um desastroso erro de avaliação. Tanto Patrícia corria riscos gravíssimos, que ela foi assassinada, com 21 tiros. O perigo era tão ostensivo que foi matéria de primeira página da edição dominical de O Globo de 12/09/10, “Uma juíza linha-dura no caminho dos PMs”.

“Quanto aos esclarecimentos prestados pelo des. Luiz Zveiter, só reforçam a convicção da família. Mostram que a situação de risco foi levada ao Tribunal mais de uma vez, e avaliada de forma manifestamente equivocada. Como os fatos vieram a demonstrar, não eram “completamente infundadas” as “supostas” ameaças que havia contra a vida de Patrícia.

Muito pelo contrário. E foram os carrascos mais óbvios, vários deles, que planejaram e executaram o crime anunciado. Mas nada disso conseguiu ser detectado pelos setores técnicos de segurança do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Que a tragédia de Patrícia sirva, ao menos, para que se repensem seriamente os procedimentos de segurança dos magistrados, bem como as escolhas técnicas respectivas.

“E mais. Que o Tribunal de Justiça possa perceber, mesmo tardiamente, que uma instituição não se enfraquece quando admite seus erros. O que de fato desgasta, interna e externamente, é brigar com evidências e fugir de responsabilidades. O reconhecimento das próprias falhas, a par de constituir dever dos homens públicos — notadamente dos que julgam —, serve ao fortalecimento institucional, pois é o primeiro passo para uma autêntica correção de rumos. E não deixa de ser uma demonstração de grandeza moral.

“Por fim, não é possível deixar de dizer que o insistente discurso recusando qualquer responsabilidade do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro — mesmo à custa da memória de Patrícia — muito magoa a família, já não bastasse a dor infinita da perda. O programa Fantástico de 18/09/11 mostrou a saída solitária de Patrícia do Fórum de São Gonçalo, no dia em que foi assassinada. Foi uma cena extremamente dolorosa para a família. Igualmente doloroso é constatar que, pelo menos no que diz respeito às lideranças da instituição que tanto honrou, nossa amada Patrícia, até mesmo depois da sua morte heroica, continua sozinha.

MARLY LOURIVAL ACIOLI

SIMONE LOURIVAL ACIOLI

MÁRCIA LOURIVAL ACIOLI POIAVA’”