Ilustre Desembargador Siro Darlan,

 

            Sou Advogado criminalista com 20 anos de experiência aqui no Rio de Janeiro. O senhor não me conhece pessoalmente. Escrevo-lhe pra dizer que estou indignado,  – isso para falar o menos -, com esse patrulhamento das decisões judiciais que o senhor profere. Absurdo o magistrado ter que justificar decisões baseadas na constituição, no senso de humanidade, (Convenção Direitos Humanos) e bom senso. Estamos vivendo um momento preocupante na justiça penal de nosso país. Quem prende por qualquer motivo, (sem nem consultar a lei …) recebe aplausos e é considerado celebridade. Já aqueles que julgam e decidem com um olho na cosntituição e outro nos ensinamentos de Deus são considerados inimigos públicos. Acredito na sua integridade; sei que o senhor julga tentando ser o mais justo possível. Não tem culpa se a polícia invetiga com deficiência e depois joga a responsabilidade para os magistrados. A luz dos holofotes da mídia não ofuscam sua visão. Só para o senhor ter uma ideia por volta de 2012 tive um cliente com cerca de 20 anotações em sua FAC que foi posto em liberdade. Dias depois embarcou em uma “lotada”; ao ingressar no veículo já se encontravam o motorista e uma passageira, logo ingressou outra passageira. Mais adiante o veículo foi parado em uma blitz da PM, sendo encontrado no interior do mesmo uma mochila cheia de drogas. Todos foram levados para delegacia. Claro que todos negaram autoria. Ficaou claro que quando meu cliente (Aluizio Tavares) embarcou a mochila já estava dentro do carro. O senhor já deve ter imaginado o final, ele ficou preso em flagrante, apesar de clamar por inocência. Em primeira instância foi condenado baseado em sua FAC e não pelo fato em si. O senhor foi o Relator e ele foi absolvido por unânimidade. Nunca despachei com o senhor. O senhor nunca pediu nada. Absolveu por que estudou o processo. Continue assim. Não abaixe a cabeça. O senhor não faz ideia de número de pessoas que acreditam no seu trabalho. Penso que deveríamos criar um movimento (advogados, juízes, simpatizantes, etc..) defensores do movimento garantista no judiciário (ou algo parecido), unidos seremos mais fortes. Lembre-se que no juízo final cada um será julgado com as mesmas regras que usosu para julgar seu semelhante. Fique com Deus.

Luiz Carlos de Andrade – OAB-RJ 79.860