DEMOCRACIA JÁ.
SIRO DARLAN, DESEMBARGADOR DO Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e Membro da Associação Juízes para a democracia.
O Presidente do TJRJ Mané O Breve, como se autodenomina, após haver contado mais uma de suas piadinhas na posse do novo Presidente da AMAERJ, dessa vez desrespeitando um colega presente que fora vítima de um atentado a bomba, reconheceu após um ano de administração que a Primeira Instância está abandonada.
Contou que ao visitar o gabinete de um juiz instalado em um cubículo de seis metros quadrados, onde havia uma mesa e quatro cadeiras, duas delas ocupadas com pilhas de processos, chegou á conclusão que precisava investir no Primeiro grau e resolveu construir mais Fóruns no interior.
É provável que leve mais um ano para descobrir em que gavetas foram esquecidos os ofícios enviados por Patricia Acioli pedindo segurança, que talvez tivesse impedido o seu sacrifício, sobretudo se tivesse desviado alguns de seus doze batedores para fazer a segurança dela.
Levara mais tempo ainda para descobrir que uma das causas do descuido com os magistrados de primeiro grau é a falta de prioridade orçamentária que leva a destinar tantos recursos públicos para a construção e manutenção de um heliporto que serve apenas a um magistrado, já que nenhum outro possui helicóptero.
A solução para problemas dessa natureza passa necessariamente pela democratização da escolha dos administradores dos Tribunais de Justiça, mudando o atual sistema monárquico e ultrapassado por um sistema republicano onde todos os magistrados possam participar do pleito democrático de escolha dos administradores comprometidos com a causa pública.
V. Ex.a Sr. Desembargador Siro Darlan, boa tarde!
Espero que V. Ex.a possa me respoder, pois estou em um momento que tento realmente me colocar de forma organizada conta o estruralismo da sociedade de nosso país. Gostaria de trocar conhecimento com V. Ex.a, espero ter exito. Desde já agradeço.
P.S.: Sempre adimirei seu trabalho e suas proposições, principalmente sobre o caso da Juíza Patricia Acioli. Entretanto, sei que sua conduta e cartér ilibado incomodou muita gente, inclusive o principal mecanismo de comuniação, que junto com a “elite” torna as coisas quase que imutáveis e nos distancia de representantes da verdade e não de falácias.
Att,
Alexandre Valentim
Prezados (as),
Já fazia idéia do que aconteceria com nosso movimento, entretanto, sei que não podemos parar. Parar no sentido de dar continuidade, progresso, pois somos fortes. A greve em nossa sociedade totalitarista e com uma constituição que dispõe de forma direta a uma ideologia policial, era sem duvida uma atitude ao estilo John Zerzan, e a Carta Magma nos veta, era surreal, mas eu tinha esperança que essa greve seria branca, ocultada em nosso “modus operandi”. Logo, conseguiríamos dar fim ao capital assistencialista que o governo nos dá, genericamente falando, pois sei que trabalhamos com muita dignidade para prover tal assistencialismo, que deveria sim, ser convertido em soldo.
Andei pensando, sei que Étienne de La Boétie, nos diz e se pergunta, como pode um homem dominar e governar centenas e alguns homens, milhares? E diz que precisamos tirar dele aquilo que ele mais anseia. O que anseiam nossos políticos? Nossos votos, correto? Comecemos a tirar isso deles, não indo votar, só terá que justificar ou indo e deixando em branco! Correto? Um de nossos erros foi fazer alianças políticas, outro foi não imaginar que quem é hoje reformista, amanhã possa ser conservador. Vocês acreditavam mesmo que o V. Exª. Deputado Marcelo Freixo, que pleiteia ser Prefeito do Rio de Janeiro e concomitantemente, obviamente, Governador nos queria mesmo organizado e destituído um sistema que ele estudou, conhece é intrinsecamente relacionado, pois de Professor a Deputado, V. EXª galgou um longo caminho e sugeriu até mesmo tirar nosso porte de arma. Vocês crêem que ele queria mesmo ver nosso sucesso? Vocês acham que um representante direto de uma categoria, que não luta por suas causas, seus anseios… E pelos estudantes que o seguem, gostaria de nos ver com êxito em nossa luta?… Não foi por acaso que a Sra. Heloisa Helena se desligou do partido. Falácias e mentiras, os que as difere? A primeira é a verdade acompanhada de mentiras, para transformar-se somente em mentira. A segunda possui várias versões, entretanto, sempre se depara com verdade. Destituir esses do cenário político, os “Ídolos do Teatro”, em nossa sociedade do espetáculo. Esta é uma meta.
Somente nós seres humanos, somos capazes de sair do nosso contexto, e dele distanciarem-se, para com ele ficar, capaz de admirá-lo, contemplá-lo, objetivando-o e transformando-o, somente nós somos capazes de fazê-lo. Nós seres humanos! Assim, como não há sociedade sem seres humanos, a reflexão e ação fora dessa relação não existem. Portanto, algumas ações atrofiam outras, pela relação estabelecida. Dessa forma, podemos nos sentir frustrados, entretanto, como é próprio de nós seres humanos, quando estamos impedidos de atuas, e nos sentimos completamente frustrados procuramos superar a situação de frustração.
Esta é a razão para nos mantermos solidários e não reduzirmos nossos gestos a falsa generosidade, nem tampouco deixar que tudo se transforme em um ato unilateral, no qual o sujeito ativo se compromete cada vez mais com seu compromisso. Não podemos nos comprometer com um compromisso concreto em uma realidade e onde nós como sujeitos comprometidos tenhamos uma consciência ingênua. Se olharmos e percebermos a realidade, em sua totalidade, cujas partes se encontram em permanente interação. Daí nossas ações poderão incidir sobre as partes isoladas, que transforma a realidade sobre a totalidade. É transformando a totalidade que se transforma as partes e não contrariamente.
Jasper disse: “Eu sou a medida que os outros também são.”
O Ser humano deve transformar a realidade para ser mais (as propagandas políticas ou comerciais fazem de nós objetos.). Podemos estabelecer várias relações, mas não podemos ser domesticados, submissos ou resignados diante dessas. Quanto mais nós seres humanos somos rebeldes, indóceis, tanto mais criador, apesar de em nossa sociedade se dizer que o rebelde é um ser inadaptado. Então, precisamos rever etapas de nossa práxis, precisamos reconsiderar posturas adotadas. Greve não dá, contra fatos não há argumentos. E sermos anarquistas, dificilmente conseguiria… Acho impossível, apesar de ter nos pensadores que mais busco argumentos tal características. Por que essa história de Estado-Democrático Brasileiro é criação social de sistema mundo, onde toda sociedade necessita denominar-se como tal para prosperar economicamente e ascender em esfera global, obtendo assim os pressupostos estabelecidos pelas sociedades que integram o sistema mundo vigente.
Para tal, precisamos desenvolver consciência crítica que permita transformar a realidade e que se faz cada vez mais urgente. Na medida em que vamos respondendo a esses desafios, os espaços vão se tornando produtos de nossa história pela nossa ação criadora. Não há transição que não tenha um ponto de partida, uma chegada. Todo amanhã se cria no ontem, através do hoje. De modo que nosso futuro se baseia no passado e se corporifica no presente. Temos que saber quem somos para saber o que queremos.
As massas querem participar mais na sociedade. As elites acham que isso é um absurdo e criam instituições de assistência social para domesticá-las. Não prestam serviços, atuam permanentemente paternalisticamente, o que é uma forma de colonialidade.
A estrutura social não pode ser mutável, precisa ser estática, pois se assim fosse não seria estrutura social. Dessa forma, o que importa é a duração e forma que proporcionaremos a essa dialética, uma vez que, cada parte precisa ser integrada na constituição de uma totalidade que possa vir realmente a modificar de forma coesa e duradoura a estrutura.
Aplauso de pé sua coragem em estabelecer essa dinâmica com o texto em questão. Assim como a juíza Patricia Acioli, tão devotada ao seu trabalho, querendo punir aqueles que transgrediram a lei, querendo cumprir seu papel, ao qual foi designada, não pode finalmente ver os resultados. O senhor possa a seu tempo vislumbrar um cenário melhor a partir de seus relatos e também possa lutar junto aos magistrados por uma solução democrática, onde haja a participação de todos na decisão de quem vai fazer o quê e por quê?