Preconceito é ignorância.
Siro Darlan, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Coordenador Rio da Associação Juízes para a democracia.
Perdemos o nosso melhor e principal jogador em plena Copa do Mundo. A lesão do Neymar deixou-nos tristes e apreensivos. O futebol é um esporte de choques e lesões e sendo o crack da seleção é previsível que seja muito visado e até cassado em campo. O mesmo acontece com outros ídolos como Messi, Robben, Muller, e outros que se destacaram na Copa. A FIFA promoveu uma campanha de combate ao racismo e todas as outras formas de preconceitos. Uma campanha meritória e educativa, sobretudo tendo em vista os últimos acontecimentos quando atletas negros têm sofrido agressões e violências inadmissíveis.
Ocorre que o atleta colombiano Zuñiga que tirou Neymar da competição, assim como o próprio Neymar, é negro. E foi o que bastou para que os ignorantes de sempre tirassem suas máscaras nas redes sociais com frases como: “Aquele macaco daquele jogador colombiano merece sofrer pro resto da vida dele”; “Tudo um bando de macaco esses jogadores da Colômbia”; “Espero que esse macaco da Colômbia sofra uma punição”;
“Copa sem Neymar. Raiva desse macaco da Colômbia”.
Nossa seleção conta como as seleções de outros países, inclusive a Alemanha, com representantes de todos os povos que compõem a única raça que existe, os humanos que habitamos esse planeta. Qualquer tipo de ofensa em razão da cor da pele, da religião, da opção sexual além de ser crime é abominável e deve ser extirpada de nosso convívio. A campanha promovida pela FIFA deve ser replicada sempre e em todos os ambientes, inclusive e principalmente nas escolas e universidades.
É bom lembrar que teve repercussão mundial a resposta inteligente dada pelo nosso lateral Daniel Alves que ao ser atingido por bananas na Espanha, comeu-as, como se digere um ato de preconceito que não deve ser minimizado, mas mostrado ao agente que ele com esse ato se reduz a uma categoria de humanos não evoluídos, aquela que falta com o respeito aos demais. Todo jogador de futebol está sujeito a lesões, uma intencionais, outras não. Faz parte do jogo. Certamente que a entrada por trás do Zuñiga mereceria punição segundo as regras desportivas, mas daí a agredi-lo em razão de sua cor é não ter o espírito esportivo e valorizar uma lesão esportiva mais que a outra. Ora se uma mordida levou Suarez precocemente para casa, nossa vitória com os gols de Thiago Silva e David Luiz também mandaram os colombianos para casa.
Acho que essa luta contra o racismo já deixou de remédio e atualmente é veneno. Temos uma lei ditatorial que criminaliza a mera opinião, por exemplo se eu disser que acho as loiras maios bonitas que as orientais não há problema, mas se colocar as africanas na comparação posso sofrer um processo crminal e nitidamente se tivesse feito tal comparação (que me abtenho de fazer aqui) estaria apenas revelando um gosto pessoal sem nenhuma outra intenção. Creio que mais cedo ou mais tarde haverá uma reação contra essa exacerbação da causa racial